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Writer's pictureAlex Gonzalez

G1 - VR Terapêutica

Dentre os temas que abordei em meu post de propostas, decidi pegar o primeiro tema da Vacina VR e ampliar, para explorar o campo da Realidade Virtual Terapêutica, me inspirando nas sugestões do professor e dos meus colegas em aula. Vou falar do campo no geral, mas tentar me ater a poucos projetos, para não fugir do foco do trabalho de elaborar sobre um projeto específico.


Inicialmente, a Realidade Virtual se apresenta ao mundo com a função de entretenimento imersivo, como forma de filmes ou jogos que se aproveitam dessa tecnologia para expandir e melhorar a experiência. Porém, essa grande imersão que é provida por essa tecnologia possui uma gama muito vasta de possibilidades nas quais pode ser aplicada para que sejam alcançados resultados mais proveitosos, muito além de apenas entretenimento. Portanto, neste trabalho falarei da Realidade Virtual integrada na área de saúde, mais especificamente na área de tratamentos psicológicos, que pode se aproveitar da simulação de situações terapêuticas que não poderiam ser exploradas fora de uma realidade simulada.


A terapia em VR se baseia na grande maioria dos casos em expor os pacientes aos seus medos e traumas dentro dessas realidades simuladas, de forma mais autêntica e realista o possível para que o paciente sinta fisicamente que ele realmente está experenciando aquilo, como se fosse uma exposição em um ambiente controlado, porém de um jeito que abre a possibilidade para muitos casos diferentes. Segundo Daniel Freeman, professor de psiquiatria clínica de Oxford, "Se você supera algo no VR, você o supera na vida real."


Livre para Voar do Instituto de Psicologia da UFRJ (IPUB)

É um serviço gratuito oferecido pelo IPUB, contando com o suporte tecnológico do Departamento de Informática do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), que conta com diversas etapas simuladas dentro da Realidade Virtual, indo da chegada ao aeroporto até o próprio voo. Ele serve para ajudar pessoas que possuem medo de andar de avião, que constam como cerca de 10% a 40% da população mundial, segundo o laboratório de estresse e sociedade na Universidade de Reims, na França, que muitas vezes deixam de aceitar possíveis empregos ou de visitar parentes distantes pelo seu medo.


De acordo com a coordenadora da equipe de Psicologia da IPUB, Paula Ventura, os estímulos que levam à ansiedade são expostos gradualmente e sua imersão e evolução no tratamento são constantemente monitorados e avaliados, garantindo efetivamente o sucesso da superação do paciente.


Neste serviço, existe uma dedicação especial para se tratar de um trauma/medo específico, provavelmente atingindo o objetivo com uma eficácia elevada. Porém, nem todos os serviços são gratuitos ou tão focalizados assim.



Psious


Psious é uma plataforma de Realidade Virtual fundada em Barcelona em 2014, que consiste no trabalho terapêutico com profissionais de saúde qualificados para a intervenção de transtornos mentais. É um serviço pago mensalmente feito para os profissionais de psicologia, que entrega já todo o equipamento, os programas e até mesmo treinamento especializado de uso e práticas para que o profissional consiga incluir com eficácia a experiência do VR em sessões para tratamento dos pacientes, além de aprender melhor sobre a prática por meio de vários estudos científicos e acadêmicos.


Além disso, dá todas as ferramentas necessárias para que haja um acompanhamento de perto e uma monitoração física dos pacientes quanto à reação aos tratamentos envolvidos.


Possui diversas simulações e situações diferenciadas, muitas especializadas para o tratamento de determinados transtornos e traumas, que podem ser controladas flexivelmente pelos profissionais, nas questões de exposição e grau de intensidade da experiência, para adequarem-se ao paciente sendo tratado no momento. É um serviço que no geral, faz a exposição ser mais acessível, dá mais confiança aos pacientes, diminui o tempo de tratamento e ainda aumenta as chances de sucesso.


Ela já possui inúmeros colaboradores e trabalha diretamente com diversas instituições de saúde pelo mundo, como a Cincinnati Children's Hospital Medical Center, nos Estados Unidos, o Hospital San Juan de Déu, em Barcelona e até mesmo o órgão estatuário Hospital Authority, de Hong Kong.


Apesar de ser descrito em seu site como um serviço com preços acessíveis, é impossível de conferir, já que você precisa enviar dados para a empresa para receber a aprovação de uso. Isso em si é um enorme ponto positivo, já que impede que profissionais não-qualificados ou até mesmo pessoas que não são profissionais de saúde de acessarem esses serviços irresponsavelmente, porém me impede de conferir os preços. Mesmo sem poder checar a veracidade desta afirmação, é possível dizer que com certeza não é um serviço que pode ser acessado por qualquer profissional, e principalmente os preços devem ser uma barreira para o uso dessa plataforma em serviços de atendimentos públicos de saúde, como o próprio SUS aqui no Brasil. Este é um ponto muito infeliz, pois creio que seria de grande ajuda para a grande maioria dos pacientes, mas é claro que não vivemos em um mundo perfeito.


Acredito que, por ser um serviço entregue nas mãos de profissionais qualificados, com muito monitoramento e controle, e ainda incluindo um treinamento especializado ao uso das ferramentas e de ensinamento quanto a todas as práticas, seja difícil de encontrar muitos defeitos além da questão de que ele poderia beneficiar uma quantidade muito maior de pessoas em serviços públicos gratuitos. Portanto, acredito que o melhor a se dizer aqui é que há, sem sombra de dúvidas, um futuro muito importante dentro desta área para a evolução do tratamento psicológico de transtornos mentais e que este serviço é um grande passo em direção a esse futuro.

 

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